Tiraram-lhe os pés!
A dor que parecia doer
doía
e ainda doíam os pés que já não tinha
doía-lhe a lembrança de doer os pés
bem a ponta acúlea da dor
e do membro extirpado
Doía-lhe um tanto e malfadado pensamento
capaz de fazer doer a sensação do corpo inteiro
impedindo debelar-se
sobre fatos
sobre imagens
Impotente e saturada foi chorar
o membro que levaram de si
- porque assim lhe parecia -
quando fez-se noite em seus sentidos
e na sua esperança
e na crença que a sustentava sobre o calcanhar extinto.
quarta-feira, 10 de setembro de 2008
sábado, 6 de setembro de 2008
Contraponto
Quanto tem de verdade no amor
e de amor na verdade?
Que não seja cruel ou omissa
ou ambígüo.
Quanto deve haver de verdade?
Que não esbarre no medo, que o medo não esbarre na alma
que a alma não se culpe nem desculpe por nada...
Nem dê motivos para se amar menos, ou amando mais
fique naturalmente confessa.
É possível haver verdade no amor
e amor na verdade
em que um esteja sempre no outro
com o conforto de não ter que pensar nisso?
e de amor na verdade?
Que não seja cruel ou omissa
ou ambígüo.
Quanto deve haver de verdade?
Que não esbarre no medo, que o medo não esbarre na alma
que a alma não se culpe nem desculpe por nada...
Nem dê motivos para se amar menos, ou amando mais
fique naturalmente confessa.
É possível haver verdade no amor
e amor na verdade
em que um esteja sempre no outro
com o conforto de não ter que pensar nisso?
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