Tiraram-lhe os pés!
A dor que parecia doer
doía
e ainda doíam os pés que já não tinha
doía-lhe a lembrança de doer os pés
bem a ponta acúlea da dor
e do membro extirpado
Doía-lhe um tanto e malfadado pensamento
capaz de fazer doer a sensação do corpo inteiro
impedindo debelar-se
sobre fatos
sobre imagens
Impotente e saturada foi chorar
o membro que levaram de si
- porque assim lhe parecia -
quando fez-se noite em seus sentidos
e na sua esperança
e na crença que a sustentava sobre o calcanhar extinto.
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4 comentários:
Tirarei as sandalhas e ferirei meus pes
na desvairada correria pelo campo
para cair ofegante sobre a relva e morrer sendo eu mesma
coroada de flores
e com os pes sangrando...
Carmencita Ubinha
Nao sei pq mas a sua poesia me trouxe a lembranca esta outra escrita pela mamae
Verdade, Tizi... A mesma tragédia! rsrrsrsrs
Muito bom! Belo poema.
Uma dor escrita em sublimação
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